Á vontade!

Nada melhor do que um fim-de-semana e um arejamento ao cartão de crédito para nos passar a neura!
No sábado, a I. foi comigo para Lisboa e passámos a tarde às compras para ela, o que a deixou feliz: ter a mãe só para ela um dia inteiro, e ainda por cima a comprar-lhe montes coisas giras!
O M., que teve uma festa de aniversário aqui perto, optou por ficar a dormir em casa de um amigo e por isso não foi connosco; acabámos por ir dormir a casa do Z. que, por estar meia em obras, está desprotegida . Penso que o M.não iria a Lisboa, de qualquer forma: levantar cedo não é com ele e, ainda por cima, andar às compras é coisa que lhe causa uma imensa urticária. Só gosta de roupas velhas e confortáveis, nada de marcas caras... pelo menos,por enquanto!

Quando chegámos a casa, no sábado, jantámos todos juntos e fomos novamente os três dormir a casa do Z. ; o M. voltou para a farra " Ó mãe, tázaver, o último fim-de-semana de férias, deixa lá..." E a mãe lá deixou.

Hoje foi dia de preguiçar até tarde e deambular por aqui e por ali sem fazer nada... tão bom! :-)

O M. não se chateou nada de não ir a Barcelona: encolheu os ombros e disse: ah, tá bem! Não faz mal! No fundo, acho que ficou até aliviado por não ter que nos aturar tantos dias seguidos em caminhadas constantes...

Continuação

Ontem falei cedo demais e agora estou a escrever debaixo de fúria por isso, desculpem qualquer coisinha.

O meu digníssimo ex (a.k.a. cretino) consegui convencer o M. que ir a Barcelona era bestial,por isso era melhor ele ir também com a mãe e, já agora, ele (cretino) podia aproveitar também o fim-de-semana prolongado.

Uma pessoa ( ele, cretino acabado!) que podendo, por comum acordo, estar com os filhos as vezes e o tempo que quiser e acaba por reduzir isso a pouco mais que dia e meio duas vezes por mês acha que precisa de fins de semana sem os filhos?

Levar o M. está fora de questão, porque saímos há bem pouco tempo também para Espanha e, obrigar a levantar bem cedo um adolescente que quer dormir até ao almoço e depois ter que lhe dar comida de duas em duas horas dá cabo dos nervos a qualquer um, até porque ele não fazia a mínima questão de ir. Deixar de o levar, neste momento, dará lugar a sentimento de rejeição com justa causa.

Dizer à I. que afinal já não pode ir parece-me também de uma tremenda injustiça.

Acaba por não ir ninguém e pronto ( de fim de semana prolongado sem filho é que o cretinóide não vai de certeza)... a neura vai acabar por se curar... um dia!

(Até eu ganhar juízo e acabar um juíz a pôr as coisas preto no branco, o que me parece que será bem mais depressa do que eu própria julgava).

Dentista

Hoje o M. foi ao dentista.
Até à cerca de um ano atrás foi um daqueles adolescentes com aparelho de ortodôncia mas, quase 3 anos depois, tem um sorriso à estrela de Hollywood. 3 anos depois e, diga-se umas centenas muito largas de euros. Depois da extracção de dois tentes do siso ( que o rapaz é grande mas tem a boca pequena), chegou hoje a vez de combinar a data de extrair os outros dois:
- Mãe, eu é que sei qual é a melhor data!
- Ó M., mas não achas sensato fazer isso a uma sexta-feita? Assim tens o fim-de-semana para recuperar...
-Nem penses! Como é que eu vou sair no sábado à noite com a cara inchada?!

A ordem de prioridades dos adolescentes é, de facto algo muito curioso. Estar na escola com a cara inchada não o incomoda minimamente, mas num bar o contexto é diferente... isto apesar de os colegas da escola são os mesmos com quem ele vai ao bar.

A I. hoje venceu uma batalha:
Ao perceber, há algum tempo, que eu e o Z. estamos a pensar ir brevemente a Barcelona , fez marcação cerrada para ir também, apesar de a nossa ida acontecer num fim-de-semana que deveria passar com o pai. A vontade de conhecer e ver coisas desta minha filha é, de facto imensa. Qualquer coisa como:- No sábado vou a Lisboa, queres vir comigo?, deixa-a num frenesim de excitação.
Resposta do irmão quando questionado se também quereria vir connosco:
- Ó I., sinceramente... vais estragar o fim-de semana romântico da mãe e do Z. no Campo Nou!

(Esta faceta fanatico-futebolista do meu filho será mais explorada brevemente)

TH

_Mãe!

_Mãe!!

É a I. a chamar, portátil ao colo em mais uma das suas tardes de internet (também, com o frio que está na rua não a posso censurar).

-Mãe!!! O Bill tem um quisto nas cordas vocais!

A saga dos Tokio Hotel está para durar, pelos vistos. A I. foi mais uma daquelas adolescentes lavadas em lágrimas à saída do Pavilhão Atlântico, fazendo lembrar as imagens que se viam dos concertos dos Beatles nos longínquos 60's. ( E que eu vi já com alguma distância temporal)

Foi sozinha, com um grupo de amigas. Quer dizer, largadas à porta do PA pelos pais de uma delas que, estoicamente, se preparavam para uma maratona de Vasco da Gama até que o concerto acabasse para depois as recolherem logo à saída.

Sozinha lá para dentro, com 12 anos acabados de fazer e às escondidas da avó materna que, se soubesse, me infernizaria a vida até ao final da sua existência.

Reflecti muito antes de a deixar ir e o facto de ela ser uma miúda responsável e demasiado madura para a idade pesou muito na decisão final.

E foi essa miúda madura e responsável que chorou que nem uma Madalena à saída do concerto, gorado por uma laringite-afinal-quisto.

Está a crescer, a minha menina sossegada e de grandes silêncios...

O M. saíu, o que também me deixa contente. Deve ter ido jogar bilhar com os amigos. Nem disse à irmã onde ia, claro que " não dá satisfações a pitinhas". E, para variar, até fez a cama antes de sair. Será que também está a crescer?

Férias

As férias são sempre complicadas. São-no de forma mais grave numa pequena cidade de província onde os atractivos para os adolescentes são poucos ou, simplesmente não existem.

Começo semanas antes a dar voltas à cabeça e a pensar: Desta vez não podem ficar fechados em casa todo o dia, mas a rotina acaba por ser sempre mais ou menos a mesma.

O M. dedica-se à sua actividade principal ou seja, a triologia: comer - dormir - jogar qualquer coisa que tenha botões e um écran. Levanta-se quando chego a casa pela hora de almoço, dado que esteve acordado até altas horas da noite a ver tv e a jogar. Este ano já vai saindo para se encontrar com amigos mas, até aqui, nem isso fazia o que me deixava preocupada. Não que tivesse amigos, mas o andar a pé é algo que , nesta geração, roça as raias da obscenidade.

Já a I., sempre tão diferente do irmão, levanta-se quando eu o faço, o que lhe torna os dias muito compridos. O Messenger é a sua forma de comunicar com o mundo, já que não tem colegas aqui perto e, por segurança, ainda não a deixo ir a pé ter com ela. Mas lá vai saindo à tarde, para casa desta ou daquela ou vem o magote cá ter, coisa que me apraz também.

Neste mundo de pais trabalhadores , deveriam existir mais alternativas verdadeiramente atractivas e a baixo custo para que os nossos filhos prefiram sair a ficar em casa.

Ou não?

Apresentação

Após alguns meses a ler blogs, decidi criar um.

Isto porque chega uma nova fase da minha vida:o convívio diário com um adolescente de 17 anos e uma pré adolescente de 12. Ou será ele o pré-adolescente e ela a adolescente? Já nem sei, tal é a semelhança de maturidades entre eles.

Aquilo que até aqui parecia tarefa fácil, de repente tornou-se num quotidiano para o qual, desconfio, nenhuma mãe está preparada: os nossos bebés, de repente, ganham autonomia e vida própria deixando-nos desarmadas perante atitudes, respostas e comportamentos.

Este vai ser um registo, se possível diário da evolução deles como adultozinhos e da minha como mãe.